quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

República Criativa

EDITORIAL



O atelier REPÚ é um sonho e uma certa dose de inconsciência do seu autor.

Da complementaridade de competências e de personalidades aliada à fé inabalável na interdisciplinaridade e à paixão pelas Artes, nasceu este atelier, que conta com a colaboração pontual de toda uma série de profissionais das mais diferentes áreas: Arquitectos, Engenheiros, Designers, Consultores, Fotógrafos, Pintores, Escritores, Escultores, Publicitários, Artistas, gente e empresas dos mais variados ramos.

A versatilidade e abrangência é o lema destes criativos.

É este o conceito Repú. República Criativa.





Um dos conceitos que servem de alicerce ao pensamento da estética é a Kalocagatia. Na Grécia antiga existia este conceito que encerrava em si uma definição complexa e uma ideia brilhante.



Kalocagatia é um adjectivo atribuível ao belo, ao agradável, ao bom e ao útil. A sua utilização faria sentido apenas para algo que satisfizesse estes critérios em simultâneo.



Esta adjectivação complexa permitia uma posição versátil uma emoção elástica e uma noção plástica muito interessantes. Mas qualquer coisa se terá perdido pelo meio da história. Mais tarde procurou-se a emoção estética no belo. Esperando que ele fosse propriedade do objecto. Mais tarde conclui-se que o belo só pode ser atribuido ao sujeito. Sem sujeito, na verdade, não poderá existir o belo nem a emoção estética. O objecto limita-se a ser alvo do juízo estético do sujeito.



Gosto de pensar no belo naquela acepção complexa da Grécia antiga. Existem coisas boas que não servem para nada. Coisas úteis que são horríveis. Coisas bonitas que não são agradáveis. Coisas agradáveis e bonitas sem qualquer utilidade.



Quererá isto dizer que nenhum objecto é realmente interessante?



Creio que não. Acredito que devemos ter uma mente aberta. Reconhecer as melhores qualidades das coisas. Olhar as coisas uma e outra vez. Falar no fim. Procurar o belo.



Prefiro pensar que o belo anda por aí - nas ruas abandonadas, nas serras desabitadas e nos lugares que ninguém conhece.



João Monge Ferreira

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